segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

DOUTRINAÇÃO ESPÍRITA


 




·  DOUTRINA: Conjunto de princípios que servem de base a um sistema religioso , político ou filosófico, opinião de autores.
·  DOUTRINAÇÃO: Instrução em qualquer doutrina, ensinamento.
·  DOUTRINADO: Instruído, ensinado.
·  DOUTRINADOR: Aquele que doutrina. Num grupo mediúnico, chama-se doutrinador a pessoa que se incumbe de dialogar com os companheiros desencarnados, necessitados de ajuda e esclarecimento.



A doutrinação é a técnica usada para conduzir para a luz os espíritos já desencarnados, inclusive os obsessores, através do esclarecimento. Essa técnica foi criada e desenvolvida por Allan Kardec para substituir as práticas arbitrárias do exorcismo. O conceito de doente mental como possessão demoníaca criou a idéia de espancar o doente para retirar o demônio do seu corpo. A doutrinação espírita humanizou o tratamento das doenças mentais e psíquicas, inclusive perante a medicina.

A doutrinação espírita foi iniciada por Allan Kardec como forma persuasiva de esclarecimento tanto para o obsessor como para o obsedado, pois os dois necessitavam de esclarecimentos para superarem os problemas de encarnações passadas. Afastando-se a idéia pavorosa de “Diabo” e “demônio”, o obsessor e o obsedado passaram a ser tratados com amor e compreensão, como criaturas humanas e não como algoz satânico e vítimas inocentes.

Nos tempos atuais a doutrinação não é feita somente para espíritos obsessores, mas sim também para espíritos sofredores, ignorantes e viciosos na prática do mal e a todos aqueles que buscam respostas para sua nova forma de viver. Para aqueles que partiram e não sabem, para aqueles que buscam esclarecimentos, para aqueles que suplicam pelo perdão e necessitam falar de sua culpa para poderem partir em busca de paz e luz.

CONDUTA DO DOUTRINADOR

O doutrinador deve sempre estar atento á todos que estão a mesa de trabalho, ele não deve se ater ao médium com maior facilidade de incorporação, mas sim deve passar por todos aqueles que estão num trabalho. Pois aquele médium que nunca incorporou, pode vir a incorporar um dia, então nunca devemos dizer “este não incorpora!”

Nunca, jamais, um doutrinador deve se julgar capaz de doutrinar sozinho, pois se tornará orgulhoso, inútil, e até mesmo prejudicial. Sua eficiência depende sempre de sua humildade, que permitirá a ele compreender a necessidade de ser auxiliado pelos espíritos bons, nosso queridos amigos e protetores, que dentro das necessidades do momento transmitem ao doutrinador através da intuição, o que aquele espírito ali incorporado precisa ouvir ou saber, mostrando ao doutrinador o caminho que ele deve seguir para o sucesso de seu trabalho. O doutrinador que não compreender esse princípio precisa ser doutrinado e esclarecido, para tirar de seu espírito a vaidade e a pretensão. Só pode realmente doutrinar espíritos quem tiver amor, humildade e fé no seu coração.

O doutrinador nunca deve esquecer que o espírito que comparece em busca de soluções para seus problemas e aflições, não está em condições, logo de início, de receber instruções acerca da Doutrina Espírita. Ele não está disposto a ouvir uma pregação, nem predisposto ao aprendizado, ele está desesperado em busca de explicações e resultados. Muitos espíritos quando chegam em uma sessão de doutrinação já chegam com o conhecimento sobre a Doutrina Espírita, alguns são inteligentes, bem preparados experimentados em diferentes técnicas de debate, tendo um linguajar sem igual, Porém isto não significa que todo doutrinador tem de ser um gênio, de enorme capacidade intelectual e de impecável formação filosófica. Se o doutrinador estiver bem familiarizado com as obras fundamentais do Espiritismo, e com o coração aberto ele encontrará sempre o que dizer, ainda que não esteja no mesmo nível intelectual dele. O confronto aqui, não é de inteligências, nem de culturas; é de corações, de sentimentos.


COMO SE APROXIMAR E INICIAR A DOUTRINAÇÃO

A doutrinação, não é um amontoado de palavras difíceis ou decoradas. A doutrinação é simples, é puro amor, compreensão e harmonia.

No instante em que o doutrinador se senta à mesa, no momento em que se iniciarão os trabalhos mediúnicos deve sempre dirigir seu coração e pensamentos aos mentores responsáveis pela realização daqueles trabalhos espirituais, solicitando proteção e interferência eficaz, bem como aos seus protetores, para que o auxiliem mais uma vez naquela batalha que vai travar, pedindo que seja iluminado e que possa receber suas instruções e orientações necessárias que guiarão suas palavras naquela empreitada, que os espíritos necessitados que ali irão receber consolo e orientação possam ouvi-lo de coração aberto, recitar as palavras do Pai.

A doutrinação deve manter sempre um critério de caráter geral individualizando-se na medida de sua necessidade e peculiaridades e situações especiais que forem aparecendo no decorrer do trabalho. Não há como utilizar-se textos ou frases repetidas para todo um trabalho doutrinário, contudo, podemos utilizar certos critérios para certos casos, como por exemplo quando se aproxima um doutrinador em meio a um trabalho de um médium que não conhece ou manteve muito pouca experiência com ele em outros trabalhos, ou ainda quando se tratar de médiuns há pouco desenvolvidos sendo alvo de poucas incorporações até então, poderá se proceder usando métodos de apoio, sustentação e ajuda, como demonstramos a seguir:



Há casos em que o médium, por qualquer motivo, não cansegue a incorporação, porém o doutrinador percebe que há um espírito ali muito próximo, e isto está atrapalhando fisicamente o médium, causando-lhe dores e mau estar. O doutrinador deve então colocar sua mão sobre a mão deste médium e colocar a outra mão sobre a mão de outro médium mais experiente, preparado e de fácil incorporação, fazendo uma “ponte” de ligação entre eles, elevando seu pensamento a Deus e solicitando a ajuda do plano espiritual e de seus mentores para “transportar” aquele espírito que necessita daquela incorporação para o outro médium que poderá ajudá-lo. Imediatamente o plano espiritural conduzirá o espírito para o médium já experiente e ele poderá se pronunciar.

O doutrinador deve ser alguém de muita fé e preparado para exercer este mister, transbordando sempre em seu trabolho a fé que poussui e que deverá ser percebido e alcançado por nossos irmãos, cujo trabalho tem como destino e alvo.


Este Texto é Parte Integrante da Obra:

Instruções Básicas para um Doutrinador
Autora: Doris Carajilescov Pires
Editora: Madras
TIPOS DE ESPÍRITOS






OS SUSTENTADORES

Sustentadores são aqueles mentores espirituais de luz, amparadores e responsáveis pela estabilidade e proteção dos trabalhos espirituais e mediúnicos. Toda vez que um grupo de pessoas se reúnem na promoção de trabalhos espirituais de caráter socorrista e doutrinário, forma-se no plano espiritual um mesmo grupo correspondente de Mentores Espíritos de Luz para dar suporte, ensinamento e apoio a esses trabalhos.

Todos nós carregamos conosco uma correspondência espiritual, companheiros, amigos, protetores, guias e mentores para suporte de todo tipo, assunto esse que demoraríamos uma obra inteira para abordarmos, o que não é objeto do presente trabalho, entretanto, se faz necessário observar esta correspondência como forma basilar para o que modestamente pretendemos expor.


OS RECÉM DESENCARNADOS E RECÉM SOCORRIDOS

Fato de muita importância e que muitas vezes vem se tornando um conflito para alguns de nossos companheiros doutrinadores é o tratamento doutrinário destinado àqueles nossos irmãos recém desencarnados.

Não oferecem à primeira vista dificuldades de reconhecimento, isto é, são facilmente identificáveis, devendo sempre o doutrinador carregar consigo a cautela devida, para não ser enganado. Manifestam-se, regra geral, pela maneira como se apresentam a partir da incorporação, demonstrando comportamento angustiante, desesperado e confuso, quase sempre não se lembrando do que aconteceu.

Muitas vezes chegam queixando-se de frio, as mãos do médium normalmente tornam-se extremamente frias, isto significa que o espírito ainda está ligado ao seu corpo após a morte, ou seja, ao cadáver e, se disser que está no mais absoluto escuro, com certeza ainda encontra-se no caixão, revelando na conversação a realidade que está vivendo, que está escuro e com muito frio, neste caso o doutrinador deve concentrar-se com muito amor e carinho e oferecer sua mão dizendo que irá puxá-lo para fora do local onde se encontra dizendo que o trará para um lugar quente, iluminando e seguro, porém o doutrinador deve realmente acreditar que estará dando a mão e puxando o espírito para fora do caixão.


O OBSESSOR

• OBSESSÃO: Impertinência excessiva. Idéia fixa, mania.
• OBSESSOR: Aquele que pratica obsessão.
• OBSEDAR: Prática da obsessão. Ficar com um idéia fixa.
• OBSEDADO: Vítima do obsessor

A obsessão é um estado constante que se instrumentaliza através de um processo de vingança. Invariavelmente é perseguidor e vem dotado de um comportamento moralmente deseducado. O espírito perseguidor busca alívio para o seu sofrimento fazendo sofrer aquele que o feriu, tornando-se ambos infelizes e envolvendo ainda outros nas tramas de suas desgraças.

Porém, no plano espiritual tudo está previsto, ao mesmo tempo em que permitem a cobrança de nossas faltas, nos liberam, pelo resgate.


O QUE É UM ESPÍRITO OBSESSOR?

São espíritos embrutecidos pelo tempo. Parados, estagnados, num ódio ou numa obstinação extrema que já quase nem sabem porque. E, na maioria das vezes, já estão cansados, muito cansados desta condição. Apesar de muitos não demonstrarem isto, eles anseiam pelo momento do reencontro com o Pai Maior, por isso cada gota de amor a eles dispensada é muito valiosa.

Esses espíritos são difíceis? Sim. Porém não devemos evitá-los pois é muito fácil doutrinarmos espíritos que já estão esclarecidos, ou os chamados “bonzinhos” , pois eles já estão prontos para irem para a luz. Não que eles não mereçam atenção, porém quando eles chegam, a doutrina deve ser mais rápida. Devemos deixar para nossos irmãos Protetores o maior esclarecimento à eles. Nós devemos apenas conduzi-los à luz. Pois é o que eles querem.


O OBSESSOR POR AMOR

Como já vimos anteriormente um obsessor é um espírito deformado pelo ódio, pela revolta, pela dor, ou até mesmo pelo amor.

Não existem apenas espíritos obsessores pelo ódio, há muitos espíritos há muitos espíritos obsessores pelo amor, pois é muito difícil para eles serem separados de seus entes queridos e principalmente de seu grande amor.

Como sabemos o amor e o ódio estão separados por uma barreira quase invisível, então muitas vezes quando pensamos que um espírito está com ódio do outro, na verdade muitas vezes é apenas um disfarce para esconder a dor do amor não correspondido, de um grande mau entendido ou até mesmo do medo de ter seu amor rejeitado.

A obsessão pelo amor é a pior de todas, pois aquele que ama não pode imaginar e nem aceitar que está atrapalhando seus enter queridos. Ele julga que está ali para ajudá-los, que eles não podem viver sem sua ajuda.


O OBSEDADO

O ser humano objeto alvo do processo de obsessão, ensina a doutrina básica, tratar-se de alguém cujo débito é muito elevado diante da lei divina, uma vez que se presume tratar-se de alguém responsável por comportamentos graves contrários á Justiça Divina, em encarnações passadas.

As ações cometidas contra nossos irmãos, ações essas contrárias à lei divina, de caráter grave ou ainda aquelas ausências de ações quando necessárias e de prejuízo do próximo, carregam consigo gravidade semelhante, sujeitando seu autor aos reveses e á ação incontinente de seus desafetos, desencadeando o processo de resgate.

Fatos como esse ensejam uma relação de vingança corporificando-se a esta altura uma relação obsessiva, que por mais vezes acabam não sendo desenfreadas e levadas a efeito pela própria vítima, em muitos casos já até tendo o fato como perdoado, perdoando, desta feita seu próprio algoz, mas sim exercendo-se por alguém cujo coração foi ferido com referida conduta, não perdoando e obsidiando propriamente dito o causador daquele resultado maléfico, não importando nesse momento a posição da vítima em questão com relação a este feito.

O que quer dizer que mesmo sem a autorização da vítima, pode outro espírito qualquer tomar suas dores, por razões diversas, como pode acontecer nos casos de parentesco ou relações afetivas aproximadas, estando ou não aquele cuja obsessão deve recair encarnado ou não, lembrando-se ou não da ofensa cometida, tão pouco tenha ela ocorrido nesta ou em qualquer outra existência.)


O SUICIDA

Quando o espírito de um suicida vem até nós para ser socorrido ele ainda vive o instante de sua morte, pois quando uma pessoa comete o suicídio ela acha que vai acabar com todos os seus problemas, que poderá encontrar mais rapidamente a tranqüilidade ao lado de Deus, porém, o que ele não sabe é que perante Deus este é um dos piores delitos, pois ninguém pode tirar o que Deus nos deus,. O Dom da vida.

Quando é cometido um desatino destes o espírito é levado imediatamente ao “Vale dos Suicidas” , onde permanece revivendo incessantemente o momento do suicídio até que complete o tempo que ainda teria de encarnado, pois enquanto estamos encarnados é porque temos uma missão a cumprir e quando de súbito, propositadamente a interrompemos, acabamos por mudar todo um processo de vida, não só do espírito que se suicidou mas sim de todo um grupo de espíritos encarnados, pois além de deixarmos de cumprir nossa missão ainda não permitimos que os outros que encontram-se a nossa volta e que necessitariam de nossa ajuda consiga cumprir a sua missão, além do que o suicídio também o impedirá de reencontrar, de pronto, seus antigos afetos e familiares já desencarnados, que ansiava por reencontrar.

Um suicida quando chega a uma sessão socorrista é logo identificado pois uma das características mais comuns é que continua com a arma do crime nas mãos e por mais que tente soltá-la não consegue.


O DEVEDOR

São chamados devedores todos aqueles espíritos que não se perdoam pelos erros cometidos,. Acham que jamais poderão o “premio” de conhecer a luz pois não acreditam serem merecedores. Na maioria das vezes quando chegam até uma “mesa socorrista” eles mesmos se punem, são seus próprios obsessores, alguns se chicoteiam, outros se acorrentam, etc.

Quando explicamos a eles que já receberam a graça da a ocolhida da Luyz eles se recusam a ir dizendo que não são merecedores, que seus crimes foram imperdoáveis e que por isso merecem continuar nas trevas pagando muito mais ainda pelos seus erros, eles anseiam por castigos e dor achando que isto irá purtificá-los.

Eles têm medo de reencontrar suas vítimas achando que elas jamais o perdoarão, pois eles mesmos não se acham dignos de perdão.


A PSICOGRAFIA

• PSICOGRAFAR: Escrever (o médium) o que lhe dita um espírito
• PSICOGRAFIA: Descrição da mente e suas funções. Escrita de um espírito pela mão do médium.
• PSICÓGRAFO: Pessoa versada em psicografia. Médium que escreve sob a ação de um espírito.

Durante um trabalho de mesa socorrista pode-se utilizar vários tipos de trabalhos mediúnicos, porém os mais utilizados são a psicofonia, comunicação mediúnica através da fala, a psicografia, comunicação mediúnica através da escrita.

Às vezes durante um trabalho de mesa socorrista aparecem espíritos que não conseguem se comunicar através da fala e por isso utilizam-se da escrita para comunicarem-se.

Como o doutrinador perceberá que o espírito quer escrever se ele não consegue falar? O doutrinador deve estar sempre atento a tudo o que acontece em um trabalho socorrista. Deve observar todos os movimentos dos médiuns ali incorporados. Quando um doutrinador aproxima-se para o início de uma doutrinação e esgota todos os meios para conseguir se comunicar verbalmente, antes de encerrar a dourtinação deve perceber se o espírito ali presente não está ansioso, nervoso. Normalmente um espírito que quer escrever fica movimentando a mão como se estivesse escrevendo.



PARA SABER MAIS:

INSTRUÇÕES BÁSICAS PARA UM DOUTRINADOR
Autora: Doris Carajilescov Pires
Editora: Madras
O LIVRE ARBÍTRIO






É necessário, porém que se compreenda o verdadeiro significado de arbítrio para que possamos adentrar a esse tema de fundamental importância nas raízes de ensinamento e doutrinário da literatura espírita. Arbítrio significa resolução que dependa só da vontade, o que nos leva à conclusão de que livre arbítrio determina a decisão livre, sob os auspícios da vontade livre, consciente e sem vícios de cada um. Que sendo certo, determinará também a força e o valor do resultado em razão da conduta livre e opcional de cada ser, ensejando a conseqüência necessária e respectiva aí o resultado alcançado ou pretendido na conduta e comportamento individualizadamente do ser humano.

Surge então a questão de muito interesse que é saber se é verdadeiro o exercício do libre arbítrio quando se nega alguma coisa ou caminho que não se conhece, ou talvez se negue algo que não compreenda, bem assim argumenta-se à respeito de decisões tomadas sobre fatos desconhecidos ou que não se detêm a informação necessária, bem como precisa, sem que tivesse o esclarecimento mínimo necessário para exigi-la ou perceber sua falta.

Conclui-se desta forma que só se pode falar em exercício de livre arbítrio a partir do momento em que se conhece os dois lados de forma real e o mais total possível, aí sim pode-se falar em opção, em caminhos em comportamentos, em lados positivo ou negativo, com a consciência necessária e certeza válida do que se deseja, isto sim, é o livre arbítrio.

Quando um espírito sofrido e escravizado pelos baixos trevosos optar por permanecer nas trevas, em algumas vezes ele não esta optando, mas apenas manifestando o desejo de permanecer no lugar que já conhece, mesmo que não seja um lugar ideal e bom, de sofrimento e tristeza, é o lugar que ele conhece e aprendeu a viver, sem estar sujeito a novidades ou coisas inesperadas de qualquer tipo, cujo medo é seu companheiro constante, decidindo estão pela opção conhecida, ou seja, em muitas vezes a única conhecida.

Pergunta-se então como será o calor da luz? Será bom ou aumentará cada vez mais a sua dor. Amor... uma palavra para ele tão distante... Como será senti-la... Todas esta dúvidas inundam a cabeça deste tipo de espírito que em total desespero opta por continuar nas trevas.

Estes são seus maiores temores. E cabe ao doutrinador lhes dizer, que eles não devem temer, pois aqueles que ali se encontram não estão em busca de vingança, mas sim o estão esperando, de braçaos abertos, com muito amor, para ajudá-lo em mais esta prova que irá enfrentar.

PARA SABER MAIS:

INSTRUÇÕES BÁSICAS PARA UM DOUTRINADOR
Autora: Doris Carajilescov Pires
Editora: Madras
PASSES MAGNÉTICOS






PASSES ESPIRIUAIS

O passista deve tomar certas providências em relação à sua própria conduta, pois a mente influi, poderosamente, sobre todos os seus centros de forças, os quais canalizam as energias que os seus pensamentos, somados aos seus sentimentos, direcionam. É bom não esquecer que o passista é doador de fluidos aos que sofrem. A troca de fluidos entre as pessoas é lei do equilíbrio.

Todavia, é indispensável saber o que estamos recebendo e ofertando, e quais os valores que oferecemos e que nos são oferecidos. Não basta ter vontade - que é o primeiro passo para esse trabalho no bem -, é preciso compreender o que deve e como deve ser feito, para melhor fazer, mantendo a consciência harmoniosa e pacificada.

André Luiz ensina que, "assim como na medicina Terrena é necessária uma assepcia para realizar um trabalho, o médium passista também necessitará de vigilância no seu campo de ação, porquanto a sua higiene espiritual resultará o reflexo naqueles que se proponha socorrer." (Mecanismos da Mediunidade, Cap.XXII)

O passista é um sensitivo de energias circulantes afins, pelo que, no momento do passe, não pode alimentar sentimentos vis. Precisa entregar seu coração e sua inteligência à influência do amor, à sintonia com os bons Espíritos, consciente de que, se doarmos luz, ficamos inundados de claridade; mas, se oferecermos trevas, sofremos as conseqüências decorrentes.


A CONDUTA MORAL DO PASSISTA

O passista, abraçando a moral crística, sabe que tem o dever da renúncia aos prazeres desgastantes, da vigilância de sua sensualidade e da disciplina dos seus impulsos ainda inferiores, para manter a saúde integral, que significa equilíbrio e harmonia, servindo para que nos transformemos em agentes estimuladores da paz, fugindo das contendas, preferindo ambientes com boa psicosfera, educando-nos para a existência do Bem, conquistando a humildade dinâmica, aquela que faz o bem sem reparar a quem.

Assim, por evidente, o passista deve se abster do contato com as forças que operam a perturbação e a desordem. O magnetizador comum e o passista, para manterem a postura que se espera das pessoas responsáveis, têm de assimilar tudo o que amplie sua capacidade de realização.

Para tanto, importante a iniciativa de estudos amplificadores dos recursos que facilitem a recepção das orientações dos Instrutores Espirituais. O asseio mental lhes ensejará autoridade moral, auxiliando o despertar do enfermo para aderir ao processo de auxílio e reagir.

Como estímulo, vale saber que ajudar, através da irradiação da energia magnética, disponível a todos os espíritos que realmente desejam servir, emprestando força à sua vontade e atraindo o auxílio divino, é também assegurar as melhores possibilidades de auto-reajustamento e de verdadeira compreensão do poder do amor.


A INFLUÊNCIA DO PASSISTA NO PASSE

Torna-se didático enumerar os principais itens de influenciação por parte do passista na tarefa do passe, para os quais deve ele atentar, já que se incluem nos questionamentos de responsabilidade pessoal.

1. HIGIENE PESSOAL -

Duas razões básicas impõem cuidados quanto à higiene corporal:
a) os desequilíbrios a que submetemos o corpo físico são refletidos no perispírito, contribuindo para uma má qualidade dos fluidos a serem transferidos;
b) os odores próprios da falta de higiene desarticulam a capacidade de concentração mental necessária ao receptor do passe.

2. VESTUÁRIO -
Boa parcela dos encarnados ainda enfrenta problemas relacionados à área da sexualidade, pelo que o uso de determinadas roupas funciona como catalizador de pensamentos abusivos que distoam completamente da serenidade requerida para a câmara de passe, o que conduz à recomendação para observarmos a cautela quanto ao vestuário a ser utilizado no dia-a-dia.

3. ALIMENTAÇÃO -
Pela questão 723 de "O Livro dos Espíritos", deduz-se que "permitido é ao homem alimentar-se de tudo o que lhe não prejudique a saúde". Neste capítulo, cada um deve observar-se detidamente, sabendo já que todo excesso é tão mais prejudicial ainda que a relativa escassez alimentar.

4. FUMO -
Os resíduos do fumo no organismo desarmonizam o campo vibratório e lesionam o perispírito do passista e, por conseqüência, repercutem no corpo material. A responsabilidade do passista tem de levá-lo a reduzir ao máximo seu vício, se ainda não conseguir total abstinência, fazendo com que não fume ao menos três (3) a quatro (4) horas antes do trabalho no passe.

5. TÓXICOS -
O usuário de quaisquer tóxicos não deverá participar das tarefas de doação de fluidos.

6. ATMOSFERA FLUÍDICA -
A qualidade da atmosfera fluídica que envolve o passista é sempre elemento dos mais determinantes quanto aos resultados que se obtém através do passe. O passista deve, por isso, buscar permanentemente a melhoria de sua psicosfera, através de todos os meios ao seu alcance.

O estudo, o trabalho, o exercício da caridade, a vigilância e a prece são algumas das ferramentas ao seu dispor para alcançar esse objetivo.

7. SEXO -
A vida Sexual a nível mental influencia o desempenho do passista, pois o pensamento atrai energias positivas ou negativas, conforme o que se pensa. A grosso modo, seria muito bom, principalmente, no dia da tarefa, manter a "casa mental" adequadamente limpa e organizada.

Nenhum artificialismo, porém, há de impor-se como regra de uso. Há circunstâncias especiais para atender, porém, desde que o sexo seja fundamentado no amor, no respeito e na responsabilidade pelos sentimentos e pela individualidade do parceiro, não pode haver qualquer incompatibilidade entre a sua prática e o exercício do passe.

8. AGITAÇÃO -
Quando a pessoa abarca mais compromissos do que pode dar conta, deve se conscientizar de fazer o que lhe é mais importante, para fazer bem. A tarefa do passe exige presença assídua e dedicação. Normalmente é preferível não contar com um passista do que raramente contar com ele.

9. TRABALHO E REPOUSO -
O trabalho diário do passista deve ser metodizado, sob pena de prejudicar a reserva dos bons fluidos. O repouso para dormir precisa ser no mínimo de seis (6) a sete (7) horas por noite, para que o organismo não se ressinta de fadigas não reparadas, levando em conta também que o excedente desse tempo pode ser considerado supérfluo e prejudicial.

10. - IDADE -
Durante o passe, há um acentuado desgaste energético do passista e, embora em um corpo saudável e equilibrado a recuperação seja rápida, é desaconselhável o trabalho do passe para pessoas muito jovens ou muito idosas. Não é possível estabelecer limites muito rígidos, já que cada organismo tem suas peculiaridades, mas como regra geral desaconselha-se a atividade para menores de dezoito (18) e maiores de setenta (70) anos.

11. MÉDIUM OSTENSIVO -
Desde que observados os períodos de descanso para reposições fluídicas, o médium que participa de reuniões mediúnicas pode dar passes. No entanto, como a tarefa do passe não exige qualquer tipo de mediunidade ostensiva, é sempre um gesto de amor dar preferência a tarefeiros que não apresentem os requisitos para o mediunato.

12. - OBSESSÃO -
A condição de passista não isenta da possibilidade de desequilíbrios e muito menos das obsessões. Diante das primeiras evidências de uma situação dessas, é imperiosa a interrupção dos trabalhos de passe, ocasião em que o passista passa à condição de paciente, devendo submeter-se então ao tratamento reequilibrante e desobsessivo. É grande a responsabilidade do passista, porque, se não evitar o exercício do passe, insistindo em executá-lo, poderá transferir para o paciente aspectos de seu desequilíbrio.

13. QUANTIDADE E FREQÜÊNCIA -
Durante o passe, o passista sujeita-se a significativo dispêndio de energia, liberando grande quantidade de fluido vital, facilmente recuperada, desde que se trate de um organismo saudável. A capacidade de doação fluídica tem sempre limites que devem ser atendidos, para não comprometer o equilíbrio e a saúde do organismo, porém ela varia bastante de pessoa para pessoa, sendo que cada um deve aprender até onde é capaz de ir, evitando com isso de prejudicar a si próprio e ao trabalho.

Não estará o passista praticando um ato de caridade ao exceder à sua capacidade física. Isto pode até representar o oposto, na medida em que o trabalhador esgotado deixará de proporcionar energias restauradoras de que tanto necessitam aqueles que batem à porta da Casa Espírita.


OS FLUIDOS, O PENSAMENTO E A PRECE

Aprendemos sobre fluidos para entender o mecanismo do passe. Sabemos, então, que os fluidos não têm qualidade, no seu estado natural, ou seja, são neutros, não são bons nem ruins, pesados ou leves, etc.. No momento em que pensamos, os fluidos à nossa volta se transformam, adquirindo características conforme o tipo de pensamento. É a partir daí que se tornam bons ou maus, conforme a destinação que lhes damos.

"Seria impossível fazer uma enumeração ou classificação dos bons ou maus fluidos, nem especificar suas qualidades respectivas, tendo em vista que sua diversidade é tão grande quanto a dos pensamentos" ("A Gênese", Cap. XIV, item 14).

Como Sabemos, os Espíritos agem sobre os fluidos espirituais, não que os manipulem como os homens manipulam os gases, mas com o auxílio do pensamento e da vontade. Usando do próprio pensamento, eles produzem diversas modificações nos fluidos, para os fins que desejam: "aglomeram, combinam ou dispersam..." (ibidem, item 7).

A prece é pensamento e, quando sincera e feita para beneficiar alguém, não deixa de ser um tipo de passe, que também depende da nossa vontade, elevando sempre o padrão vibratório da criatura.

"O Espiritismo proclama a sua utilidade não por espírito de sistema, mas porque a observação permitiu constatar a sua eficácia e modo de ação. Desde que, pela lei dos fluidos, compreendemos o poder do pensamento, também compreendemos o da prece, que é, também, um pensamento dirigido para um fim determinado" ("Revista Espírita 1866" - p. 5)

A prece tem um outro papel importantíssimo, que é o da higienização do ambiente fluídico em que se encontra aquele que a faz. No momento da oração, recebe-se fluidos de qualidade superior, pelo processo de sintonia com Espiritualidade Maior, passando-se simultaneamente à condição de repulsor dos fluidos inferiores do ambiente, os quais são progressivamente substituídos pelos que estejam sendo recebidos. A prece representa, assim, um benefício geral, funcionando como uma lâmpada que acende e afasta as trevas.

Allan Kardec, em comentário à questão 662 de "O Livro dos Espíritos", leciona que "possuímos, em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um poder de ação que se estende além dos limites da nossa esfera corporal. A prece por outros é um ato dessa vontade. Se ela é ardente e sincera, pode chamar em sua ajuda os bons Espíritos, a fim de sugerir-lhe bons pensamentos e dar-lhe a força do corpo e da alma de que necessita. Mas aí ainda a prece do coração é tudo, a dos lábios não é nada."

Em síntese, a prece é onda mental acionando os fluidos, fazendo-os envolver a própria pessoa e também beneficiar aos necessitados, atraindo bons Espíritos e aumentando o poder de sua irradiação.


A POSTURA DO PACIENTE DO PASSE

O receptor do passe precisa ser colocado em estado de confiança e de simpatia com o tratamento fluidoterápico, em adequada sintonia vibratória com o passista.

O primeiro cuidado que o paciente precisa, antes de ser levado ao passe, é o da preparação evangélica, até onde possam penetrar os ensinos do Mestre Jesus, para que o processo fluidoterápico encontre melhor ressonância. Esse estudo pode ser individual e também durante as sessões da Casa Espírita.

É preciso incutir-lhe uma posição mental de reequilíbrio. No entanto, quando se depara com um estado mental impenetrável, face ao desequilíbrio do paciente, recorramos ao auxílio espiritual, até que se abra uma possibilidade de intervenção direta.

Está confirmado pela experiência que o passe será tanto mais eficiente quanto maior for a adesão do doente, convencido da força moral de seu benfeitor, sem esquecer a questão do merecimento. Nesse aspecto, verifica-se o determinante nas leis de justiça e de amor, vinculado tanto ao presente quanto ao passado espiritual de cada um.

O Ministro Clarêncio, no capítulo inicial do livro de André Luiz "Entre o Céu e a Terra", afiança-nos que "em nome de Deus, as criaturas, tanto quanto possível, atendem às criaturas. Assim como possuímos em eletricidade os transformadores de energia para o adequado aproveitamento da força, temos igualmente, em todos os domínios do Universo, os transformadores da bênção, do socorro, do esclarecimento..." Os transformadores energéticos precisam estar devidamente conectados com seus receptores, para fluir a energia e dar vazão aos seus efeitos.

Para que essa conexão aconteça e a adesão se consolide é preciso que o assistido elimine pensamentos negativos, abstendo-se da ironia, da descrença, das vibrações anti-fraternas, das preocupações meramente materiais e outras situações do gênero, para que não ofereça obstáculos à recepção dos fluidos benfazejos que lhe serão ministrados.

Para o bem do próprio necessitado, é importante alimentar uma conduta mental de compenetração respeitosa, de recolhimento reflexivo, de respeito a todos os que estão envolvidos na mesma intenção de benefício, de fé racionalizada nas possibilidades daquilo que busca.

Se alguns tratamentos não produzem os frutos que seriam almejados, é porque a lei de causa e efeito é uma lei justa; mas, mesmo sem a recomposição orgânica, é comum, pela evangelização, alcançarmos verdadeiros prodígios no campo da harmonia interior, com renovação de ânimo que, por si só, nos projeta à condição de beneficiados.


O PASSE À DISTÂNCIA

À pergunta se o passe pode ser ministrado à distância, o Espírito Áulus ("Nos Domínios da Mediunidade", Cap. 17) responde:

"Sim, desde que haja sintonia entre aquele que o administra e aquele que recebe. Nesse caso, diversos companheiros espirituais se ajustam no trabalho de auxílio, favorecendo a realização, e a prece silenciosa será o melhor veículo da força curadora."

O passe ou irradiação à distância pode ser aplicado quando o paciente não possui condição alguma de deslocamento até a Casa Espírita, sendo uma alternativa que, em condições ideais, pode apresentar resultados quase tão satisfatórios quanto os que se obtém quando o paciente e passista se encontram no mesmo ambiente. O difícil é conseguir tais condições ideais.

Luiz Carlos de M. Gurgel, na obra "O Passe Espírita", editada pela FEB, relaciona algumas dessas condições:

1. Que o passista plasme, em sua mente, a imagem do paciente, o que não é fácil. Em geral, só é possível quando passista e paciente tiveram oportunidade de se conhecer anteriormente. A opção da fotografia ajuda, mas, em geral, não satisfaz completamente.

2. Que o paciente esteja prevenido e que o horário e o local tenham sido previamente combinados.

3. Que seja providenciada a prévia preparação do ambiente do paciente, por parte de familiar ou amigo que funcionará como elemento de apoio, através do recolhimento, do cultivo dos bons pensamentos e principalmente da prece.

Na hora combinada, o passista mentaliza o paciente e executa, em pensamento, os procedimentos de doação de fluidos, com a colaboração dos Benfeitores Espirituais.

Quando não for possível cumprir a tarefa nas condições consideradas ideais, a caridade determina que se promova a irradiação da nossa vontade em favor do enfermo, transferindo os fluidos terapêuticos através da prece de intercessão, a fim de poder contar com o apoio indispensável dos bons Espíritos, para o sucesso do empreendimento.


BIBLIOGRAFIA:

1. Casa do Caminho - Sabará/MG. Homepage sobre o passe, responsabilidade de Eugênio Lysei Júnior, 1a ed., Internet, 1998.
2. Centro Espírita "Allan Kardec"- Campinas/SP. Curso de Fluidoterapia Fluidos & Passes, com coordenação de Therezinha Oliveira, 1a ed., Ed. EME, Capivari/SP, 1995.
3. Centro de Treinamento e Estudo - Federação Espírita do Rio Grande do
Sul. Fluidoterapia (apostila).
4. CURTI, Rino. O Passe (Imposição de Mãos), 7a ed., LAKE, 1995, São Paulo/SP.
5. DINIZ, Valéria Régia de Santana. Mecanismos de Fluidoterapia, in "Desafios em Saúde Mental - Anais do IV ENESAM", 1a ed., Ed. Esp. Cristã Fonte Viva, Belo Horizonte/MG, 1997.
6. FRANCO, Divaldo P. e TEIXEIRA, J. Raul. Diretrizes de Segurança, 3a ed., Ed. Frater, Rio de Janeiro/RJ, 1990.
7. GARCIA, Wilson e FRANCISCO, Wilson. Você e o Passe, 1a ed., Ed. EME, Capivari/SP, 1995.
8. GENTILE, Salvador. O Passe Magnético, 4a ed., IDE, Araras/SP, 1994.
9. GURGEL, Luiz Carlos de M.. O Passe Espírita, 1a ed., FEB, Brasília/DF, 1991.
10. JACINTO, Roque. Passe e Passista, 12a ed., Depto. Ed. Luz no Lar, São Paulo/SP, 1993.
11. KARDEC, Allan. A Gênese, 12a ed., IDE, Araras/SP, 1996.
12. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, 108a ed., IDE, Araras/SP, 1997.
13. KARDEC, Allan. Considerações sobre a Prece no Espiritismo, in "Revista Espírita 1866", Edicel, Sobradinho/DF, 1991.
14. MAIA, João Nunes. Segurança Mediúnica, 10a ed., Ed. Esp. Cristã Fonte Viva, Belo Horizonte/MG, 1996.
15. MARTINS, Celso. Perguntas que o Povo Faz, 2a ed., EME, Capivari/SP, 1996.
16. TAMASSIA, M.B.. Você e a Mediunidade, 2a ed., Casa Ed. O Clarim, Matão/SP, 1987.
17. TOLEDO, Wenefledo de. Passes e Curas Espirituais, Ed. Pensamento, São Paulo/SP.
18. VIEIRA, Waldo. Conduta Espírita, 17a ed., FEB, Brasília/DF, 1994.
19. XAVIER, Francisco Cândido. Entre o Céu e a Terra, 14a ed., FEB, Brasília/DF, 1992.
20. XAVIER, Francisco Cândido. Mecanismos da Mediunidade, 4a ed., FEB, Brasília/DF, 1973.
21. XAVIER, Francisco Cândido. Mediunidade e Sintonia, CEU, São Paulo/SP, 1986.
22. XAVIER, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade, 17a ed., FEB, Brasília/DF, 1988


CONSULTAMOS O TEXTO DE JORGE LUIZ NIEDERAUER DE LIMA

ORIENTAÇÃO DOUTRINARIA PARA EFETUAR UMA PRECE

Caridade é igual ao amor que age, por isso, antes de pronunciarmos qualquer prece, por mais bela e significativa que seja, é importante nos reconciliarmos e sermos plenamente fraternos, verdadeiros confrades; buscarmos o modelo crístico para nossas vidas, exemplificando no cotidiano, a fim de nos tornarmos agentes transformadores da sociedade pelo poder do Amor.

Agora, nesta hora de nossas vidas, quando almejamos ser dignos do Consolador, não podemos mais aprisionar a figura de Jesus nos moldes das nossas imperfeições, mas aprender a ter olhos de ver, para poder fazê-Lo verdadeiramente o paradigma para o nosso progresso moral.


AÇÃO DA PRECE - SEGUNDO ALLAN KARDEC

"A prece é uma invocação; por ela um ser se coloca em comunicação mental com outro ser ao qual se dirige. Ela pode ter por objeto um pedido, um agradecimento ou uma glorificação. Pode-se orar por si mesmo ou por outrem, pelos vivos ou pelos mortos. As preces dirigidas a Deus são ouvidas pelos Espíritos encarregados da execução das suas vontades; aquelas que são dirigidas aos bons Espíritos são levadas a Deus. Quando se ora a outros seres, senão a Deus, é apenas na qualidade de intermediários, intercessores, porque nada se pode fazer sem a vontade de Deus." (Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVII, item 9)

" - A prece torna o homem melhor? Sim, porque aquele que ora com fervor e confiança é mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia os bons Espíritos para o assistir. É um socorro que não é jamais recusado, quando pedido com sinceridade.

Como ocorre que certas pessoas que oram muito sejam, malgrado isso, de um caráter muito mau, invejosas, ciumentas, coléricas, carentes de benevolência e indulgência e, mesmo algumas vezes, viciosas?

- O essencial não é orar muito, mas orar bem. Essas pessoas crêem que todo o mérito está na extensão da prece e fecham os olhos sobre seus próprios defeitos. A prece, para elas, é uma ocupação, um emprego de tempo, mas não é um estudo delas mesmas. Não é o remédio que é ineficaz, mas a maneira como é empregado."

(O LIVRO DOS ESPÍRITOS - questão 660)


NOSSO PAI,
QUE ESTÁS EM TODA PARTE, SANTIFICADO SEJA O TEU NOME, NO LOUVOR DE TODAS AS CRIATURAS; VENHA A NÓS O TEU REINO DE AMOR E SABEDORIA; SEJA FEITA A TUA VONTADE ACIMA DOS NOSSOS DESEJOS, TANTO NA TERRA QUANTO NOS CÍRCULOS ESPIRITUAIS; O PÃO NOSSO DO CORPO E DA MENTE DÁ-NOS HOJE; PERDOA AS NOSSAS DÍVIDAS ENSINANDO-NOS A PERDOAR NOSSOS DEVEDORES COM ESQUECIMENTO DE TODO MAL; NÃO PERMITAS QUE VENHAMOS A CAIR SOB OS GOLPES DA TENTAÇÃO DE NOSSA PRÓPRIA INFERIORIDADE! LIVRA-NOS DO MAL QUE AINDA RESIDE EM NÓS MESMOS; PORQUE SÓ EM TI BILHA A LUZ ETERNA DO REINO E DO PODER, DA GLÓRIA E DA PAZ, DA JUSTIÇA E DO AMOR PARA SEMPRE.

(EMMANUEL, PSICOGRAFIA DE F.C. XAVIER, IN À LUZ DA ORAÇÃO, CASA EDITORA O CLARIM, 4A ED., 1987, P. 80)


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